terça-feira, 26 de maio de 2009

Aperte, Acenda e Aperte o Play

De acordo com a Wikipedia, morcheeba significa the way of marijuana; eu já conhecia a expressão cheeba cheeba, que se refere à erva do capeta e foi uma gíria muito usada pelos hippies, mas nunca com esse ‘mor’ aí na frente... Seja lá o que for, o nome cai como uma luva para o som da banda. Ooopss... Peraí, peraí!!... A parada é um pouco mais complexa do que isso, porque não é, na realidade, uma banda assim como estamos acostumados.

O Morcheeba foi formado na Inglaterra pelos irmãos Paul e Ross Godfrey depois que eles conheceram a cantora Skye Edwards numa festa regada a muita... Você sabe o quê, hehehe... Paul é DJ e baterista e Ross um multi-instrumentista que nos mostra em seus discos um jeito bem pessoal e preguiçoso de tocar guitarra, com solos e ‘comentários’ muito bem colocados e de extremo bom gosto. Ambos já vinham tendo a idéia de formar uma banda ou coisa que o valha, mas nunca se contentavam com os e as vocalistas com que trabalhavam. Até conhecerem Skye. A menina é dona de um timbre daqueles que gostaríamos de ficar ouvindo por dias e dias sem parar, só acendendo um na ponta do outro; e ela canta macio, gostoso, num clima tão preguiçoso quanto a música que fazem em geral.
Logo no início, com o disco ‘Who Can You Trust?’, lançado em 1996, já fizeram um tremendo sucesso com o single de ‘Trigger Hippie’, que tocou à exaustão mundo afora. Esse disco logo foi catalogado junto com a ‘onda’ trip hop que vinha ganhando fama à época, mas ao passo que o som de bandas como Portishead e Massive Attack eram mais deprê (ou o que eu chamo de bad-trip hop), o som do Morcheeba tinha algo mais ensolarado, com os pés no pop e a cabeça na Jamaica.

Como trip hop é só mais um rótulo mesmo, os malucos logo começaram um processo pra se livrarem dele; o que foi feito através da inclusão das mais diversas influências da música mundial, o que, ao invés de descaracterizar o som da banda, os fez seguir um caminho único, passeando na fronteira entre o tal trip hop e o pop da mais alta qualidade (seria um trip pop??), com elementos de reggae e dub, orquestrações, rap... O resultado foi o magnífico disco ‘Big Calm’, de 1998, que os fez estourar de vez em todo o mundo.

Mas a realidade é que o sucesso, ainda mais um assim, meio que súbito e estrondoso, nem sempre faz muito bem aos artistas... Depois de uma turnê desgastante, e tendo que cumprir contrato, foi lançado em 2000 ‘Fragments Of Freedom’, que, mesmo longe de ser ruim, ficou aquém daquilo que muitos esperavam deles musicalmente. Mas isso também é uma opinião minha, pessoal, porque esse disco também vendeu muuuuito e rendeu um mega hit (que, se não me engano, até tocou numa novela dessas da Globo) a música ‘Rome Wasn’t Built In A Day’ – que foi a que alcançou as mais altas posições nos charts em toda a carreira do Morcheeba. Apesar disso tudo, a banda já começava a ruir. Depois do lançamento de ‘Charango’ em 2002 (que teve uma vendagem bem abaixo do esperado), os irmãos Godfrey, os donos do Morcheeba (que como eu disse lá em cima, não é exatamente uma banda...), simplesmente deram o bilhete azul pra Skye. Ninguém diz explicitamente, mas isso tudo tem um forte cheiro de ciumeira das brabas, porque era ela quem recebia a maior parte das atenções do público e da imprensa. Então lá se foi a menina tentar carreira solo - depois de umas boas férias ela acabou lançando um disco muito bom, em 2006, (diga-se de passagem, melhor que o do Morcheeba sem ela...) chamado ‘Mind How You Go’.

Voltando aos chapados Godfrey... Eles tinham que cumprir seus contratos, então chamaram a cantora Daisy Martey (da obscura banda Noonday Underground) para a vaga deixada por Edwards, mas logo depois de terminadas as gravações de ‘The Antidote’ os malucos a mandaram embora, sendo substituída, ao vivo, por Jody Sternberg. Foi nessa turnê que eles tomaram a decisão de que o Morcheeba não teria mais uma vocalista fixa e resolveram, também, experimentar vocais masculinos. Assim, desta forma, foi gerado ‘Dive Deep’, de 2008, o último lançamento deles até agora, que conta com os vocais de Judy Tzuke, Thomas Dybdahl, Cool Calm Pete, Bradley Burgess e Manda, sendo que esta última é quem acompanha a banda ao vivo atualmente. Vale dizer também que desde o início eles sempre contaram com vários músicos contratados e muitos convidados em seus discos.

Estou disponibilizando aqui os seis discos do Morcheeba, sendo que os cinco primeiros com encartes completos. A meu ver, os dois primeiros discos são daquele tipo essencial em qualquer discoteca que se preza, o que não quer dizer que os outros sejam ruins, longe disso, é que 'Who Can You Trust?’ e ‘Big Calm’ são mesmo discos muito especiais. Além disso, incluí um extra com três faixas: a maravilhosa versão de ‘Summertime’ (com Hubert Laws na flauta), que faz parte do disco 'Red Hot + Rhapsody', que já foi postado aqui no Pântano, mais ‘What's Your Name?’ e ‘Cant Stand It’, que fazem parte da coletânea ‘Parts Of The Process’.

Agora só falta o seu comentário e como diria meu irmãoSinho Edson D’Aquino: ‘vamu fazê fumaça!!’ rsrsrs
Divirtam-se sem moderação.

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Este post contém algumas surpresas, é só procurar...
This post contains some Easter eggs...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Guðmundsdóttir, A Islandesa Genial

Björk faz parte daquele time de artistas que despertam extremos, coisas do tipo ame ou odeie; na minha maneira de ver, amando ou odiando, não se pode ficar indiferente à qualidade de seus trabalhos; também, não há como negar a sua autêntica genialidade.
Talvez Björk já tenha nascido cantando ou, ao menos, tentando transformar seus berros de bebê recém nascido em música (o que ela faz até hoje... rsrs), tanto que em sua infância ela ficou conhecida por cantar músicas folclóricas islandesas em programas de TV, o que a levou a lançar seu primeiro disco com a idade de doze anos. Com sua musicalidade aflorando junto com sua própria vida, aos poucos a música que ela ouvia no rádio foi influenciando seu destino musical, tanto com o punk rock quanto com o pop dançante, ou com a música eletrônica de bandas como Kraftwerk, o pós punk do The Cure e Siouxsie & The Banshees, ou ainda jazz, world music e o que mais suas antenas captassem.

Desde garotinha ela fez parte da várias bandas, mas começou a ganhar uma maior notoriedade nacional com o KUKL e, em seguida, com o estouro internacional do Sugarcubes (que sempre foi elogiadíssimo pela crítica especializada, tanto por seus discos quanto por seus shows). Com o Sugarcubes o mundo começou a prestar atenção naquela garota de beleza exótica, com uma voz e maneira de cantar mais exótica ainda e que, com sua presença e carisma, se tornaria maior que a própria banda, levando-a a um derradeiro e precoce fim.
Antes de seguir sua careira solo propriamente dita, ela ainda participou de vários projetos, entre eles o disco chamado ‘Gling-Gló’, que gravou com o Trió Guðmundar Ingólfssonar, numa proposta mais jazzística, em que misturam standards e músicas islandesas.

Finalmente, em 1993, ela iniciou oficialmente sua carreira solo com o disco ‘Debut’ e desde então não deixou de surpreender crítica e público com sua música e todo o conceito de sua obra, tendo ainda escrito um capítulo à parte na história dos vídeo-clipes.
O segundo disco, ‘Post’, traz um repertório ainda mais eclético, com vários destaques; entre eles as faixas ‘Army Of Me’, ‘Hyper-Ballad’, ‘Isobel’ e ‘It’s Oh So Quiet’ (que na verdade é uma versão da música ‘Blow A Fuse’, de Betty Hutton) com seu divertido vídeo-clipe dirigido por Spike Jonze.
Desde o início, uma das maiores características dos trabalhos de Björk é a maneira como ela consegue misturar gêneros e tendências musicais de uma maneira única, seja do pop mais palatável aos experimentais caminhos da música de vanguarda. Ela também sempre soube se cercar dos melhores produtores, arranjadores e músicos, tanto que elegeu Eumir Deodato como o melhor arranjador de cordas (com justiça, diga-se de passagem) e convidou-o a participar de seu disco ‘Homogenic’ que, aliás, talvez seja o disco com a maior aproximação com a eletrônica e o drum ‘n’ bass.

Entre gravações e shows, Björk ainda encontra tempo pra sua vida pessoal e pra trabalhar como atriz, sendo que chegou a ganhar um prêmio como melhor atriz no Festival de Cannes, por sua interpretação da sonhadora Selma no filme ‘Dançando no Escuro’, de Lars Von Trier, que ela descreve como a experiência mais traumática de sua vida. A trilha sonora deste filme também é dela, o que levou à indicação como ‘Melhor Canção Original’ no Oscar de 2001, com a música ‘Ive Seen It All’, em que divide os vocais com Thom Yorke (Radiohead) – essa trilha resultou no disco ‘SelmaSongs’.

Em 2001 foi lançado o disco ‘Vespertine’, onde Björk conseguiu aliar batidas eletrônicas, orquestra, instrumentos acústicos e elétricos de maneira incrivelmente delicada e sutil, num verdadeiro trabalho artesanal e requintado.
Já em ‘Medúlla’, de 2004, até aqui o seu disco mais experimental, pouquíssimos instrumentos foram utilizados, porque é quase que totalmente feito a capella, seja com vocais au naturel ou processados por efeitos ou sampleados e, ainda, com beat boxes humanas, tendo poucas intervenções de instrumentos como piano ou baixo sintetizado; esse disco também conta com as participações de Mike Patton, Tagaq, Robert Wyatt, The Icelandic Choir e Rahzel (The Roots), entre outros.

Volta’, de 2007, foi seu último lançamento até o momento, e é um disco em que ela consegue fazer uma mistura bem homogênea de vários aspectos de sua carreira, algo entre o pop e o experimental, e ainda traz uma boa dose de influências da música africana.
Björk também ficou conhecida por ser uma ativista política, se engajando em prol de várias minorias e inúmeras causas justas, de aspectos comos os direitos das grávidas a causas sociais, humanitárias e ambientais, em âmbito mais universal. Ultimamente vem dedicando, em seus shows, a música ‘Declare Independece’ aos países que sofrem com suas tentativas de libertação nacional, como Tibet e Kosovo.


Estou disponibilizando aqui os seis discos considerados oficiais da sua carreira solo, mais ‘Gling-Gló’ e as duas trilhas sonoras que compôs – a já citada ‘SelmaSongs’, e ‘The Music From Matthew Barney’s Drawing Restraint 9’, do filme ‘Drawing Restraint 9’, de seu marido Matthew Barney (que talvez seja tão experimental quanto a sua trilha sonora). Procurei incluir todos os encartes, mas eu não tenho o CD ‘Ging-Gló’; a caixa com o encarte do ‘SelmaSongs’ me foi roubada (ainda bem que sem o CD – hehehe) e ‘Medúlla’ tem o encarte preto escrito em roxo escuro, de forma que ficou impraticável escanear.
Como sempre, divirtam-se e, se possível, comentem.


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domingo, 17 de maio de 2009

Zappeando No Domingão (8)

Bom dia, boa tarde, boa noite...
Esse é o último post da série ‘Zappeando no Domingão’. Seria o penúltimo se o Diego não tivesse reparado que todos os próximos ou seriam somente coletâneas (todas as músicas já foram postadas aqui em seus discos originais) ou, então, os discos lançados de 2005 pra cá (alguns nós não temos) e, no fundo, todos esses discos são coletâneas ou edições sem novidades propriamente ditas; além disso, todos esses podem ser achados facilmente em vários blogs.
Damos, então, como finalizada essa saga que durou dois meses. Por conta disso vou deixar aqui a continuação do texto com que o Lawrence David nos presenteou na semana passada, mas vou fazer uma proposta:

Se alguém quiser acrescentar algo a esse texto ou se quiser deixar algum relato pessoal, alguma história bizarra, qualquer coisa mesmo, contanto que tenha a ver com o Frank Zappa, deixe aqui na caixa de comentários que, aos poucos irei acrescentando à postagem.

Finalizando... Agradeço ao Diego, que teve a suprema paciência de me aturar cobrando os links semanalmente (rsrsrsrsrs) e por todo o trabalho feito, e, também, ao Lawrence David, que nos salvou (e nos brindou!) com textos sobre o seu maior ídolo. Considerando que não estamos nessa pelo dinheiro, mas, sim, pelo prazer, espero que todos tenham se divertido (e muito!) escutando aos tantos e maravilhosos sons que o Zappa nos legou.
Um ótimo domingo pra todos.
Divirtam-se!


Não Coma a Neve Amarela (‘Don’t Eat The Yellow Snow’) – Abertura da longa suíte que conta a vida do esquimó Nanook, aconselhado a observar onde os huskys siberianos fazem xixi para não comer a neve amarela, rsrsrsrsrs. No mesmo álbum, ‘Apostrophe’, Zappa gravou a faixa intitulada Chulé (‘Stinkfoot’). 'Yellow Snow' tem a ver com heroína. Como diria FZ 'álcool e drogas são para estúpidos'. Claro que ele "esqueceu" de mencionar o cigarro rsrs

Os Humildes Não Herdarão Nada (‘The Meek Shall Inherit Nothing’) – do ‘You Are What You Is’, obviamente veio pra contradizer a própria Bíblia. Burros Por Todos os Lados (‘Dumb All Over’) sintetiza o próprio álbum, que fala da estupidez da classe média americana. Aí também tem Mais Ereto Que Seu Marido, A Enorme Boca de Charlie e Abençoada Conta Bancária.

Não, Agora Não (‘No Not Now’) – mais uma vez falando (mal) das mulheres, comenta as desculpas que elas dão pra não transarem. Do álbum ‘Ship Arriving...’.

A Tortura Nunca Acaba (‘The Torture Never Stops’) – A canção fala disso mesmo: loucura, insanidade e sofrimento. A história se passa num asilo sujo e fedorento. Mas tem um ar meio sensual também, tanto que fez parte de uma compilação da falecida revista Status. Lá pelas tantas, mulheres começam a gemer alto, gritando, prestes a gozar. Zappa se auto-intitulou aí como ‘diretor de atividades recreativas’ e ainda esnoba fazendo um solo de contrabaixo. Ele sempre foi bom em misturar coisas. No mesmo ‘Zoot Allures’, em Amigável Dedinho, ele mistura um solo de guitarra de uma canção com a bateria de outra, criando um clima estranho e inusitado.

Doninhas Roeram Minha Pele Facial (‘Weasels Ripped My Flesh’) – Nome do álbum que tem Minha Guitarra Quer Matar Sua Mãe.
Weasels são pilantras. Nesse disco ele quiz dizer que os executivos da gravadora passaram a perna nele.

Jesus Acha Você Um Idiota (‘Jesus Think You’re a Jerk’) – Mais uma pegação de pé/tiração de onda com os pastores evengélicos, principalmente Jimmy Swaggard. Nesse álbum, ‘Broadway, The Hard Way’, Zappa estava em campanha eleitoral (para ser presidente) e meteu o pau em tudo quanto foi instituição americana, no rock (Elvis Acabou de Deixar o Prédio), em Wall Street (O Planeta das Mulheres Barítono) e Michael e Janet Jackson (Por Que Você Não Gosta de Mim?).

Mantenha Vaselinado (‘Keep It Greasey’) – É a parte do ‘Joe’s Garage’ em que o personagem central está sendo currado e filosofa sobre a vida. Ainda aí tem Por Que Dói Quando eu Mijo?, sobre uma doença venérea, e Põe Pra Fora, na hora em que o robô mostra o pênis para Joe. Já mencionadas anteriormente, aparecem ‘Crew Slut’, ‘Catholic Girls’ e ‘Fembot In a Wet T-Shirt’.

Tetas e Cerveja (‘Titties And Beer’) – Simplesmente, o diabo engole a mulher de um motoqueiro tipo Hell’s Angels e, junto com ela, a cerveja. O cara fica louco e começa uma negociação que vale a pena ouvir, entre o Zappa e Terry Bozzio (personificando o demo). No mesmo álbum, ‘In New York’, tem Benzinho, Você Não Quer Um Cara Exatamente Como Eu?, em que um maioral da escola chama a garota (meio burra e feia) de tudo o que é palavrão escabroso, só porque ela não quis dar pra ele, mas acabam juntos assim mesmo. E uma belíssima faixa instrumental, com um solo maravilhoso de guitarra, intitulada Prometo Não Gozar Na Sua Boca.

Links - Diego 'Progshine'
Texto - Lawrence David + Leo Itumbiara


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terça-feira, 12 de maio de 2009

A Máquina Siamesa Da Melancolia E Da Tristeza

O Smashing Pumpkins foi fundado por Billy Corgan e James Iha em 1988, logo após a dissolução da The Marked, da qual Corgan fazia parte. No início eram os dois mais uma máquina de ritmos (uma dessas baterias eletrônicas programáveis) bem tosca; faziam um som fortemente influenciado por bandas góticas e pós punk inglesas. Após um show conheceram D’arcy Wretzky, que logo foi chamada para assumir o baixo. Depois da primeira apresentação como um trio, o dono da casa onde se apresentaram, o Cabaret Metro, disse que os contrataria por uma temporada se arrumassem um baterista de verdade, em vez daquela horrenda máquina de ritmos que usavam. Foi a vez de Jimmy Chamberlin se juntar ao grupo. Sendo Chamberlin um baterista de jazz, com pouco conhecimento de rock alternativo, novos ingredientes foram acrescentados ao caldeirão dos Abóboras, que cresceram (e muito) com as novas percepções de dinâmica, ritmo e harmonia advindas da experiência de Jimmy.
Em 1991 conseguiram gravar seu primeiro disco, ‘Gish’, produzido por Butch Vig, e já aí começaram os rumores de que Billy era um ‘ditador tirânico’, porque ele chamou a responsabilidade pra si e gravou, sozinho, a maior parte dos instrumentos, com exceção da bateria (o que acabou se tornando a regra da banda em estúdio). 'Gish' já mostrava uma das grandes características do som da banda, que é a alternância entre arroubos de peso e uma leveza quase etérea. Corgan tinha vários planos, ele queria conquistar o mundo ou, ao menos, trazer o mundo exterior ao seu próprio planeta...

Com o estouro do grunge e de ‘Nevermind’, do Nirvana, as bandas de rock alternativo começaram a ter uma maior exposição na mídia; como contemporâneos e americanos, os Pumpkins por um tempo ganharam o rótulo grunge, coisa de que em pouco tempo se desvencilharam, graças ao lançamento de ‘Siamese Dream’, que trazia canções mais complexas do que as de bandas como Soundgarden, Pearl Jam ou Alice In Chains. Em ‘Siamese Dream’ foi forjado o som que os distinguiria de tantas outras bandas, com dezenas de camadas de guitarras, acordes dissonantes, constantes variações de clima (não só entre uma música e outra, mas também dentro de várias canções), além das letras personalíssimas de Billy Corgan, que tem um senso poético/lírico bastante incomum.

Com o reconhecimento de crítica e público estabelecido, Billy Corgan se preparou para mais um longo e importante passo dentro de seus planos, que resultou em ‘Mellon Collie And The Infinite Sadness’ e suas 28 músicas distribuídas em dois CDs (3 LPs). Um passo altamente ambicioso esse, mas que se mostrou perfeito: ‘Mellon Collie...’ é o disco duplo dos anos 90 que mais vendeu cópias em torno do mundo; até hoje não foi superado por nenhum outro lançamento do tipo. Neste álbum a banda nos mostra todas as suas influências, que vão do rock mais básico ao progressivo, passando por heavy metal, folk e psicodelia, entre outros. Com ele veio o mega-sucesso e uma extensa turnê; o que acabou agravando os problemas de relacionamento entre os membros da banda. Jimmy Chamberlin, um notório viciado em cocaína e alcoólatra, que já vinha dando vários vexames dentro e fora dos palcos, no último deles foi preso graças a uma overdose de heroína que acabou também por matar Jonathan Melvoin, tecladista que acompanhava a banda ao vivo.
Foi a gota d’água para a expulsão de Jimmy da banda.

Com a saída de Chamberlin, resolveram se tornar um trio, e assim lançaram ‘Adore’, em 1998, com algumas mudanças na sonoridade e no estilo da banda, com uma maior aproximação com a eletrônica e com o rock gótico, o que os levou a apresentar um visual mais sombrio e enigmático do que até então demosntravam. Mesmo com essas mudanças, continuaram no auge de seu sucesso. No meio da turnê de ‘AdoreJimmy Chamberlin, reabilitado, voltou à banda. Com ele gravaram o álbum seguinte ‘Machina / The Machines Of God’, que foi o último com a participação de D’arcy; no lugar dela entrou Melissa Auf Der Maur (ex-Hole).

Em meados de 2000 Corgan anunciou o fim da banda, que só duraria até o fim daquele ano, após o lançamento de um último álbum e a subseqüente turnê de despedida. Este álbum veio a se chamar ‘Machina II – The Friends & Enemies Of Modern Music’ e foi lançado de maneira totalmente inédita até então: era um álbum duplo e mais três EPs na mesma embalagem, que só teve a tiragem limitadíssima de 25 cópias, porém com permissão e instruções da banda para que os fãs espalhassem essas músicas pela internet – a idéia original era lançar esse material para download grátis para aqueles que tinham comprado o ‘Machina’, mas como a gravadora vetou essa possibilidade, Corgan resolveu lançá-lo independentemente.

Após o fim, entre os anos de 2001 e 2007, cada um seguiu seu caminho; Corgan e Chamberlin formaram o Zwan; Au Der Maur lançou disco solo, Chamberlin e Corgan também lançaram discos de seus próprios projetos e James Iha participou e colaborou com várias bandas, entre elas A Perfect Circle e Auf Der Maur.

Mas Corgan não desistiu dos seus planos de conquistar o mundo... Depois de um período de baixa, ele resolveu reformar o Smashing Pumpkins, com Jimmy Chamberlin e outros músicos contratados, que formariam a nova banda. Gravaram então ‘Zeitgeist', lançado em 2007, que tentou resgatar a sonoridade original da banda, mas com resultado irregular, apesar do disco não ser ruim (em minha opinião, é pouco inspirado musicalmente). Em março passado Chamberlin deixou a banda mais uma vez. Agora Corgan está fazendo audições com vários bateristas para continuar gravando e fazendo shows, o mais cotado, por enquanto, é John Dolmayan (ex-System Of A Down).

Essa é a história resumida de uma das minhas bandas preferidas, quem quiser mais detalhes, pode acessar a página deles na Wikipedia, de onde tirei a maior parte dessas informações.
Eu acho que se o Nirvana não tivesse estourado daquele jeito absurdo, o Smashing Pumpkins teria sido ‘a banda' dos anos 90, por um motivo bem simples: nenhuma outra banda soa como eles, com esse estilo autêntico e diferente, tanto que até hoje não vimos ainda uma banda-clone, do jeito que existem por aí vários clones de Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, e tantas outras da época.
Pra finalizar, estou disponibilizando a discografia oficial completa, sendo que incluí o encarte completo de vários discos; além disso, também tem uma quantidade bem grande de singles, EPs, coletâneas e raridades, além de um bootleg que eu ganhei, chamado ‘Blackout’, gravado na turnê do ‘Mellon Collie...’, com gravação excelente e que ainda traz a participação do Cheap Trick em algumas faixas. Quem quiser achar algumas das capas que eu não incluí, pode acessar o Mega Search, que lá deve ter todas as outras. Agora só faltam os seus comentários...
Divirtam-se!!


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