segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Baby Woodrose + Dragontears

A Hawaiian Baby Woodrose (Argyreia nervosa), conhecida no Brasil como Trepadeira Elefante, é nativa da Índia e se espalhou pelo mundo graças aos seus encantos quase que meramente paisagísticos. Bem, eu disse ‘quase’ porque foi descoberto que através dela se obtém vários alcalóides lisérgicos, que produzem excelentes efeitos psicodélicos (hehehe), que são usados em fórmulas medicinais na Índia e em rituais no Havaí, entre outras coisas e outros lugares - é só dar uma olhada nos links aí de cima.

Tendo como álibi seu ‘sobrenome artístico’, o norueguês Lorenzo Woodrose resolveu juntar uma coisa com outra na hora de batizar seu projeto musical, Baby Woodrose, ainda quando era uma banda-de-um-homem-só e quando compôs, tocou todos os instrumentos, gravou, produziu e lançou seu primeiro álbum, intitulado ‘Blows Your Mind!’, em 2001. Esse ‘estado solitário’ durou pouco, porque logo se juntaram a ele o baixista Riky ‘The Mood Guru’ Woodrose e o baterista Rocco ‘Fuzz Daddy’ Woodrose - que adotaram o mesmo ‘sobrenome’ do maluco.
A referência a tal planta psicodélica não é assim tão gratuita, porque na fórmula sonora do Baby Woodrose a psicodelia tem enorme destaque. Nos seis discos lançados pela banda existem características de vários gêneros de rock – garage, pop, punk, stoner, space, blues, hard... -, mas é o ‘molho’ psicodélico que conduz a carreira desse power trio. No geral, as músicas são curtas, a maioria fica entre 2 minutos e alguns segundos e algo em torno de 4 minutos, com pouquíssimas exceções que excedam esse tempo – ou seja, a maioria das músicas é bem concisa, sem sobras: direto e reto -, porém, cheias de nuances e sofisticação; além disso, muitas músicas têm ‘aquele’ refrão chicletudo que não sai da cabeça por muito tempo.
Uma das coisas que me faz gostar mais de uma banda é quando a vejo em retrospectiva e constato que seus álbuns têm saudáveis diferenças entre si, seja no ‘approach’, na temática ou no conceito em geral do trabalho, porém sem que nada disso interfira na identidade artística desta mesma banda. Assim é com Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Yes, Rush, Pink Floyd... Só pra citar as mais fodonas. Pois bem, nesse quesito a Baby Woodrose, guardando as devidas proporções, pode entrar em tão fodástica companhia com louvor, pois seus discos, apesar de diferirem entre si, não deixam sombra de dúvida de que se trata da mesma banda, experimentando sempre novas maneiras de tratar sua música.

Como eu já disse lá em cima, o primeiro disco ficou totalmente ao cargo de Lorenzo. Depois de anos de estrada e vários discos gravados, em 2008 seus companheiros Riky & Rocco resolveram tomar outros rumos. Lorenzo não se deu por vencido e retornou, sozinho, em 2009, com um álbum auto-intitulado, exatamente como fez no primeiro disco e, como está anunciado na página do MySpace da banda, desde então se espera por uma nova formação definitiva, apesar de continuar a fazer shows.

Em todos esses anos Lorenzo Woodrose se meteu em outros projetos paralelos, entre eles o Dragontears, muito bem sucedido, que conta com todos os membros do Baby Woodrose mais os da banda On Trial (antiga banda de Lorenzo, onde tocava bateria), seus compatriotas. O Dragontears mostra um lado mais experimental e progressivo, recheado de psicodelia e altamente influenciado por space rock.

Trago aqui todos os seis álbuns lançados pelo Baby Woodrose, mais um split com a banda Sweatmaster (em que uma banda faz um cover da outra), além de um semi-pirata (com a gravação de um show que foi transmitido por uma rádio dinamarquesa), dois singles e, como gotas de chocolate num space cake, os dois álbuns do Dragontears.
É isso. Como sempre: divirtam-se sem moderação!

Baby Woodrose
MySpace
Wikipedia

Dragontears
MySpace
Prog Archives

Link para a postagem atualizada (Dragontears)

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