sábado, 30 de outubro de 2010

Halloween

31 de Outubro, Hallowe’en, Dia das Bruxas. O feriado tem suas raízes no folclore irlandês, sendo derivado da antiga festa pagã celta chamada Samhain e que, por sua vez, tem suas origens nas festividades dedicadas à deusa romana das frutas e sementes, chamada Pomona. A Igreja Católica tentou arrumar um jeito de ‘apagar’ essa festa pagã do calendário (como fez com muitas outras), decretando que em 1º de Novembro seria o Dia de Todos os Santos; porém, a comemoração do Hallowe'en continua forte em seus países de origem e eventuais colonizados, como os EUA e Canadá – mesmo que nos EUA tenha virado quase que um carnaval infantil bizarro.
Depois desse breve esclarecimento histórico, fica a pergunta: por que uma banda francesa tem o nome de Halloween, se a França não tem lá tanta tradição com este feriado? Seja lá qual for a resposta, pelo menos tem alguma coerência com a proposta musical da banda, já que eles nos apresentam um rock progressivo um tanto ou quanto sombrio, com ambiências soturnas, às vezes opressivas e estranhas; seus discos são como filmes fantasiosos, cheios de tons de mistério e suspense, ou como se fossem trilhas sonoras para livros de H. P. Lovecraft ou Edgar Alan Poe.

A banda foi fundada em meados dos anos 80 por Jean-Philippe Brun (violino, guitarra, baixo e vocais) e Gilles Coppin (teclados e vocais), os únicos que participaram de todos os discos que lançaram. Ao vivo eram acompanhados por músicos contratados, sendo que o baterista Philippe Di Faostino é o outro membro mais frequente, já que está na banda desde a turnê do primeiro disco, ‘Part One’, de 1988. A partir do disco ‘Merlin’, de 1994, Géraldine Le Cocq se uniu à banda, acrescentando sua voz à sonoridade única do Halloween. Vale ressaltar que esta foi uma das primeiras bandas dos anos 80 a retomar a sonoridade do rock progressivo ‘clássico’, deixando de lado a direção neo prog típica da época.
Eles lançaram 5 álbuns, sendo que um deles é ‘ao vivo’. As músicas são cantadas tanto em francês quanto em inglês. Estou disponibilizando todos os 5 discos aqui, não só para servir de trilha sonora alternativa para aqueles que comemoram a data, mas, também, para aqueles (eu também!) que não estão nem aí pra essas ridículas festas imperialistas e capitalistas (rsrsrs) e que se amarram numa música de extrema qualidade (principalmente!).
É isso aí: divirtam-se, como sempre.

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Links (3,13kb) – Sharebee

P.S.: como não consegui achar imagens da banda, alguém se habilita?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Lost World (atualizado!)

Bandaaaaaça-aça-aça russa! Composta somente por Músicos (com maiúscula mesmo...) formados em conservatórios, que tocam vários instrumentos A formação atual é: Andrii Didorenko (guitarra, violinos, violão, baixo, bateria e percussão), Vassily Soloviev (flauta, guitarra, bateria e percussão), Yuliya Basis (teclados), Veniamin Rozov (bateria e percussão). Além deles, Alexander Akimov (teclados, percussão, programações e ‘sound design’) participou dos dois primeiros álbuns e Alexei Rybakov (vocais) participou somente do primeiro álbum, ‘Trajectories’, de 2003.

Lost World nos presenteia em seus três álbuns com tudo o que há de melhor no rock progressivo: ótimas composições, arranjos elaborados e, principalmente, excelentes performances (em especial o violinista/guitarrista). Os caras fazem um som muito próprio, com várias influências diferentes, resultando num trabalho bastante original e eclético; como li em uma resenha, já não lembro bem aonde foi, ‘talvez por serem russos, sua música é bastante autêntica, não se parecendo em nada com as bandas mais conhecidas do gênero’.
Todos os três discos são surpreendentemente excelentes; somente o primeiro conta com vocais e, mesmo assim, em poucas faixas; o foco está mesmo no instrumental, que pode soar tanto como o prog mais clássico, com fortes tinturas eruditas, quanto o mais moderno, tendo até algumas faixas com uma levada de música eletrônica. Obrigatórios em toda e qualquer coleção de boa música.

Atualizei esta postagem graças ao grande amigo Celso Loos, que me surpreendeu com um e-mail oferecendo o ‘Trajectories’ – Celsão, bróder, não tenho palavras para te agradecer! – Valeu, valeu, valeu!!!
É isso aí: baixem logo esses discos totalmente completamente excelentes bagarái à beça de montão!!!!!
Divirtam-se!
Comentem! ...ah, isso (quase) ninguém faz mesmo... Deixa pra lá... rsrs

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NOVOS LINKS!! (re-up em 02/11/12) – Mirror Creator

sábado, 9 de outubro de 2010

Afformance

Afformance
A Glimpse To The Days That Pass (2010)

É engraçado como certas coisas acontecem. Bem, talvez ‘engraçado’ não seja a palavra correta, mas acho que vocês me entendem... Certamente não pode ser coincidência e, ao mesmo tempo, é óbvio que coincidências acontecem. Muita gente também pode dizer que é acaso ou sincronicidade, entre outros termos mais esotéricos. Vou tentar explicar...
Entre os zilhares de gêneros musicais que eu curto, tem um deles que é meio que um ‘patinho feio’: é o tal do post-rock. Volta e meia me dá um surto e eu fico imerso em post-rock, com todas as suas viagens, ambiências, psicodelias, sutilezas, etc. É certo que não é música pra todo dia; da mesma forma que também existem trocentas bandas que fazem um som extremamente parecido. Ao mesmo tempo, este ‘gênero’ musical serviu pra rotular um verdadeiro saco de gatos de bandas que fazem música totalmente diversa, inrotulável. Se pegarmos bandas como Mono, Mogwai, Sigur Rós, Explosions In The Sky, Tortoise, Múm, Godspeed You! Black Emperor, El Ten Eleven, God Is An Astronaut, 65daysofstatic, só pra citar algumas, nós podemos perceber esta diversidade, e até algumas características que acabaram meio que virando um ‘clichê-post-rock’ – pois bem, o paradoxo é justamente a maior característica do post-rock.

Concluindo, toda essa enrolação sobre coincidências, etc, é só pra dizer o seguinte: escuto e curto o tal do post-rock, mas até agora a única postagem que fiz aqui no Pântano que tem relação com o gênero, se não me engano, é a do Friends Of Dean Martinez. Ou seja, porcausdequê eu nunca fiz tal coisa permanece um mistério pra mim. Mas isso será consertado agora. Talvez eu estivesse esperando que um disco me despertasse algo diferente, o suficiente pra me inspirar a fazer uma postagem. Pois então, isso acaba de acontecer. Tudo ao mesmo tempo agora.

Já tem um tempo que venho pensando o que postar; eu queria mesmo algo diferente das últimas postagens, algo também que não me desse tanto trabalho (por conta do pouco tempo disponível), e eis que ainda agora, ouvindo os discos que andei baixando neste ano, me deparei com este excelente e único álbum intitulado ‘A Glimpse To The Days That Pass’, da banda grega Afformance, que é formada por John (guitarra), CV (guitarra, efeitos), Dennis (guitarra), Fotis (baixo) e Petros (bateria). Pois é, são três guitarristas, mas não esperem por solos mirabolantes, nem nada disso, por que aí não seria mesmo post-rock...

Já me delonguei demais com tanta embromação, mas o que eu posso dizer de melhor sobre esse disco eu já disse: que ele me empolgou o suficiente para eu compartilhá-lo com todos vocês; uma das razões pra toda essa empolgação é uma certa variedade nas composições e arranjos, mesclado com características próprias do estilo e autenticidade suficiente dos músicos para ainda nos apresentar algumas influências de rock progressivo. Vale dizer, também, que uma vertente que se confunde/funde com o post-rock, chamada math rock (que, ao meu modo de entender, é um tipo de música mais cerebral, mais ‘dura’ do que as viagens psicodélicas do post-rock) também faz parte da paleta de sons dos caras.

É isso: espero que vocês curtam esse ótimo disco do Afformance, que se interessem pelo gênero/estilo, que comentem e que se divirtam – como sempre.
Em tempo: aos que acham post-rock muito deprê ou algo meio heroínico, eu posso dizer que o efeito desse disco sobre mim foi totalmente o contrário – e uma boa fumaça ajuda bastante... hehehe

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