Por um tempo eu pensei que o primeiro disco do Renaissance fosse o ‘Ashes Are Burning’... Eu, da mesma maneira que muitos da minha época, vim a tomar conhecimento sobre o Renaissance quando escutei ‘Let It Grow’ tocando no rádio – e tocava muuuuito. Talvez eu até tivesse deixado passar batido, se aquela menina por quem eu arrastava um caminhão não tivesse dito, suspirando - ‘Essa é a música mais linda do mundo...’ Fui direto pra casa de um amigo do meu irmão (que depois se tornou um de meus melhores amigos), meu xará, o Marcelão, que era guitarrista e sabia tudo de rock – ele com certeza saberia como eu poderia gravar uma fita com aquela música pra eu dar de presente para a tal menina. Chegando lá, contei meus planos pra ele, que, com uma grande risada, disse que poderia fazer o serviço completo; então ele me levou até a vitrola e, na estante ao lado, pegou o ‘Ashes Are Burning’ e uma fita Scotch (daquelas meio douradas) e ali, na mesma hora, gravou a ‘Let It Grow’ (só como curiosidade, ele tinha um equipamento supermoderno, daqueles que gravavam sem precisar colocar um microfone na frente das caixas... rsrsrs). Já com a fita em minhas mãos, ele ainda me disse – ‘Bicho, vou te falar, essa música é boa, mas é a piorzinha do disco. Volta aqui depois pra eu te apresentar essa jóia.’
O resultado da história foi o seguinte: corri pra dar a fita de presente pra menina (o nome dela era Flávia), que estava junto com suas amigas. Eu, ali, suando, pretendendo ser galante, entreguei a fita pra menina e recebi em troca um sorriso pra lá de debochado, dela e das amigas - aquele jeito todo especial de crueldade infantil (afinal, tínhamos uns 12, 13 anos) -, que viraram as costas e se foram, me deixando, ali, plantado e completamente frustrado... Voltei à casa do Marcelão e afoguei minhas mágoas com uma Coca Cola e escutando, dessa vez na íntegra, o ‘Ashes Are Burning’. Nesse mesmo dia perdi uma paixão infantil e ganhei uma outra que ficaria pra sempre: Renaissance.
Pouco tempo depois eu fiquei sabendo que o ‘Prologue’ era anterior ao ‘Ashes...’ e muitos anos depois, quando virei um rato de loja de discos, é que descobri que a banda já começara bem antes disso, com o Keith Relf (dos Yardbirds) e uma formação que não tinha nada daquela que eu considerava a original. De qualquer maneira, foi com Annie Haslam (vocais), John Tout (teclados), Jon Camp (baixo e vocais), Michael Dunford (violões e guitarras) e Terrence Sullivan (bateria e percussão) que a banda ficou realmente conhecida e viveu sua ‘época de ouro’.
Os discos que estou disponibilizando aqui são justamente aqueles que eu considero se tratar dessa ‘época de ouro’; que vai do ‘Prologue’ ao ‘A Song For All Seasons’, sem contar o excelente ‘Live At Carnegie Hall’ e deixando de fora ‘Azure D’Or’ que, ao menos pra mim, marca o início da decadência da banda, não estando, assim, ligado a essa magnífica fase.
Aliás, essa decadência se deveu ao curioso e insólito fato de que os músicos que tocavam em orquestras enfim conseguiram se reunir em um sindicato exatamente nessa época; consequentemente o cachê pago a esses músicos aumentou tanto que já não era mais possível utilizá-los em tantos shows, como o Renaissance fazia regularmente; foi então que a banda mergulhou de cabeça nos sintetizadores, para, dessa forma, tentar suprir a falta da orquestra.
Eu considero todos esses seis discos verdadeiras obras-primas, e o seu auge musical e conceitual é (em minha nada modesta opinião...) o disco ‘Scheherazade And Other Stories’. Está tudo aí, padrão O Pântano Elétrico: VBR 224/320 e os encartes devidamente escaneados; agora só falta seu comentário... - Divirtam-se!
O resultado da história foi o seguinte: corri pra dar a fita de presente pra menina (o nome dela era Flávia), que estava junto com suas amigas. Eu, ali, suando, pretendendo ser galante, entreguei a fita pra menina e recebi em troca um sorriso pra lá de debochado, dela e das amigas - aquele jeito todo especial de crueldade infantil (afinal, tínhamos uns 12, 13 anos) -, que viraram as costas e se foram, me deixando, ali, plantado e completamente frustrado... Voltei à casa do Marcelão e afoguei minhas mágoas com uma Coca Cola e escutando, dessa vez na íntegra, o ‘Ashes Are Burning’. Nesse mesmo dia perdi uma paixão infantil e ganhei uma outra que ficaria pra sempre: Renaissance.
Pouco tempo depois eu fiquei sabendo que o ‘Prologue’ era anterior ao ‘Ashes...’ e muitos anos depois, quando virei um rato de loja de discos, é que descobri que a banda já começara bem antes disso, com o Keith Relf (dos Yardbirds) e uma formação que não tinha nada daquela que eu considerava a original. De qualquer maneira, foi com Annie Haslam (vocais), John Tout (teclados), Jon Camp (baixo e vocais), Michael Dunford (violões e guitarras) e Terrence Sullivan (bateria e percussão) que a banda ficou realmente conhecida e viveu sua ‘época de ouro’.
Os discos que estou disponibilizando aqui são justamente aqueles que eu considero se tratar dessa ‘época de ouro’; que vai do ‘Prologue’ ao ‘A Song For All Seasons’, sem contar o excelente ‘Live At Carnegie Hall’ e deixando de fora ‘Azure D’Or’ que, ao menos pra mim, marca o início da decadência da banda, não estando, assim, ligado a essa magnífica fase.
Aliás, essa decadência se deveu ao curioso e insólito fato de que os músicos que tocavam em orquestras enfim conseguiram se reunir em um sindicato exatamente nessa época; consequentemente o cachê pago a esses músicos aumentou tanto que já não era mais possível utilizá-los em tantos shows, como o Renaissance fazia regularmente; foi então que a banda mergulhou de cabeça nos sintetizadores, para, dessa forma, tentar suprir a falta da orquestra.
Eu considero todos esses seis discos verdadeiras obras-primas, e o seu auge musical e conceitual é (em minha nada modesta opinião...) o disco ‘Scheherazade And Other Stories’. Está tudo aí, padrão O Pântano Elétrico: VBR 224/320 e os encartes devidamente escaneados; agora só falta seu comentário... - Divirtam-se!
Links (2,96kb) – Sharebee
P.S.: Quanto à Flávia, anos depois nós engatamos um namoro, daqueles bem adolescentes, mas ela curtia novela, Olivia Newton-John, ‘Grease’, ‘Xanadu’, disco music, etc, já eu curtia literatura, ‘Star Wars’ e vivia com meus discos do Led Zeppelin e do Rush debaixo do braço, não podia dar certo mesmo (rsrsrs); mas fiquei sabendo que ela guardou aquela fita Scotch por muito tempo...
18 comentários:
Faaaaaaaaaaaaaaaala, irmãoSinho!!!
Com certeza, uma de minhas bandas prediletaças no prog. Tanto que tenho até o bem fraquinho 'Azzure D'Or'. A maneira de encaixar os grandes clássicos e temas de filmes em suas próprias composições, muito criticada à época, para mim era um tremendo achado.
O único porém é que o som desses discos é muito ruim e por isso vou dar uma boa remasterizada e te enviar por e-mail, hehehe.
[]ões
Caro Maddy essa é sem duvida a melhor fase deles. Eu nunca tinha ouvido falar dessa estória da orquestra aí fico imaginando o que seria se o sindicato não tivesse acontecido porque o Song for all Seasons tem orquestrações fantásticas. Assisti o show da Annie Haslam em Petrópolis e foi maravilhoso, principalmente quando tocaram as músicas do Renaissance.
Cara, obrigadão por essas maravilhas, eu ja tenho mas não com encartes e tudo.
Leon
Show de post!
A voz de Annie é magistral,épica...não há adjectivos para descrever uma voz tão doce!
Obrigado ;-)
Certa vez, compararam a voz de Annie Haslan ao de um anjo, enquanto a de Janis Joplin seria ao do chifrudo, ahahahah.
A musica de abertura de Prologue é inesquecivel, assim tambem como o solo de encerramento de Ashes are Burning. E tambem acho o auge da banda "Scheherazade". Quanto ao All Season's, ja mostra a inclinação da banda para algo mais pop, mas é muito bom disco. Grande post, de uma grande banda, pra quem não tem, baixem logo.
Rachel manda abraços.
Belo namoro renascentista, mas ainda bem que os caminhões daquela época não eram tão grandes, e pensar que seu xará, tinha um gravador que não precisava colocar o microfone para gravar, chic demais.
Acho que o que mais me chamou a atenção quanto ouvi pelas primeiras vezes Renaissance, foi a bela voz feminina, talvez seja aí que nascem as paixões.
Bom se a qualidade tá melhorada, vou baixando novamente.
Maddy, obrigado camarada, gostei de ver esse retorno ao bom prog de cada dia.
abraços.
Faaaaaaaaaaala, hombre!
O Azure D'Or realmente é bem mais fraco, mas tem seus momentos; além desses todos, eu gosto do Tuscany, quando ensaiaram uma volta (sem Jon Camp, com Mickey Simmonds nos teclados e a participação de John Tout em algumas faixas) - não é comparável a esses, mas é o melhor depois dessa fase áurea.
Depois que remasterizar, com pressão total, suba os links pra eu trocar aqui... hehehe
Faaaaaala, Leon!
Santa Wikipedia que me forneceu essa informação! Não fosse ela eu jamais saberia de tal coisa! rsrs
Dizem maravilhas desses shows da Annie Haslam no Brasil, mas acho que nessa época eu não morava aqui.
Roooooooooooooooochaaaaaaa!!!
Pois é, meu amigo, uma voz inigualável, além de uma técnica vocal soberba.
Graaaaaaande Rick! Direto do futuro! rsrs Cara, sinceramente (e plagiando o Celso Looooos), eu nunca ouvi um anjo acantar pra fazer essa comparação (rsrsrs), já o 'cramuião' eu penso ter a voz (ou falta de...) como a desses vocalistas de death-grind-doom-speed-black-esporro-metal (hehehe). Quem toca aquela guitarra na Ashes Are Burning é o Andy Powell, do Wishbone Ash; John Tout retribuiu a cortesia tocando no Argus.
No Song For All Seasons tem algumas músicas um pouco mais 'pops', mas tem a faixa título, Opening Out e The Day Of The Dreamer pra contrabalançar (muitíssimo bem, aliás).
A famíla manda um beijo pra Rach.
Graaaaaaaaaande Johnny Valleyman!
A volta dos que não foram - o prog... rsrsrs Ainda tem mais uma coisa ou outra pra sair do forno.
Na última vez que estive no Rio, eu e meu irmão ficamos admirando uma verdadeira relíquia de família: uma fita cassete que gravamos enquanto escutávamos um programa da Rádio Mundial (carioca), chamado 'Show dos Bairros', onde pessoas de bairros diferentes pediam suas músicas preferidas; nessa fita, gravada assim com o microfone de frente para as caixas, além de escutarmos nossas próprias vozes e nossa mãe nos chamando por algum motivo, ainda registramos dois pedidos que viraram 'crássicos' me nossas piadas - Lóvi Úrt, com a Nazaré, e A Láico Mosca (Like a Locomotion) - KKKKKKKKKK
Valeu, maluKada, grande abraço pra todos.
ML
Maddy,só pra regitro, esqueci de dizer que, que a voz de Annie Haslan alcança cinco oitavas!!!
Marcelo, por incrível que pareça comecei a ouvir o Renaissance em sua primeira fase, meu primeiro lp do grupo foi o homônimo, depois o "Illusion" e ai sim veio o Prologue e todo o resto até o "Camera, Camera" minha última aquisição em vinil do grupo, o tempo passa e meu disco preferido do Renaissance é o "Scheherazade" embora goste de todos até o "A song for all seasons", "Azure d'or" já é fraquinho em minha opinião. Renaissance é sempre uma ótima pedida, boas lembranças e uma dose exagerada de bom gosto musical.
Faaaaaala, Blade Runner aposentado!
Nesse quesito o Edson Cordeiro ganha dela... rsrsrsrs Mas o resultado final, quanta diferença, hein?!?! rsrsrsrsrsrssrs
E aí, Márcia, beleza?!?!
Você é uma das poucas (pouquíssimas!) que começou no verdadeiro prólogo do Renaissance (rsrs), mas me diga uma coisa: foi na época do lançamento ou posteriormente?
Eu cheguei a ter todos em vinil, até o Time Line - se o Camera Camera já foi uma decepção e tanto (bem maior do que com o Azure D'Or), o Time Line já começa mal com aquela capa e, daí pra frente, é ladeira abaixo... Foi um dos poucos discos que eu já tive que fiz questão de me desfazer rapidim após comprar. rsrs
Um beijo pra menina do passado e um abraço por cara do futuro.
Valeu!
ML
Diiiiiiiiiiiiga, maluko!!!!
A sua pergunta pra querida Márcia faz sentido, Maddy, principalmente porque os 3 primeiros trabalhos do Renaissance só foram lançados em edição nacional após o sucesso de 'Ashes are...'.
Mas tem algo na sua cronologia que não bate: o 'Ashes are...' é, se não me falha o Tico & Teco, de 73, certo? Nesta época eu tinha 14 anos; sendo assim, vc estava com algo em torno de quanto? 9, 10 anos? Mas tu foi precoce na azaração, hein!? Esse é o meu irmãoSinho!!!
[]ões
Faaaaaaaaaaala, hombre!
Seguinte, o Ashes... é de 73, sim, mas sacumé, naquela época não era que nem hoje, que antes do disco ser lançado todo mundo já baixou (hehehe), e as músicas nem sempre eram veiculadas nas rádios de acordo com o lançamento, às vezes demorava até anos, você sabe o que quero dizer. Não lembro exatamente minha idade, algo entre 11 e 14 (no máximo), afinal em 73 eu tinha 11 e só pode ser depois disso mesmo. rsrsrs Mas o caso da precocidade é real, graças às pilhas que meu irmão e os amigos dele botavam, porque onde morávamos tinha muitas meninas bonitas, mas que eram muito novinhas pra eles... KKKKKKKKKKK
Abração!
Valeu!
ML
Faaaaaaaaaala, El Xará!
Véi, essa parada aí não é pro teu bico, não... rsrsrsrsrsrsrsrsrs Pense bem: guitarras, por aqui, são raridade, e quando aparece uma, não tem distorção ou peso; uma mulher cantando, piano, orquestra... Depois você vai chamar de Rivotril... rsrsrsrsrsrs
Crianças são mesmo cruéis, mas isso é devido à própria ingenuidade e inocência - normal, não é mesmo?
Grande abraço.
Valeu!
ML
Grande Maddy,vi este teu post e me veio logo na cabeça,um periodo muito bom da minha juventude,ja n~escutava a um bom tempo o Renaissance,e assim como vc a música q ficou na memoria de muita gente foi a apaixonadissima rsrsrsrsrs *Let it grow*.
Suspiros rsrsrsrsrsrsr,ae da tempo ainda de te mandar uma dupla eletronica muito boa chamada Glass Candy n~sei se vc conhece.
Abração meu velho.
AYRESRIO.
Faaaaaaaaaala, maluKo!!
Se o o disco do Glass Candy que você tem aí for um desses 3, pode mandar - Smashed Candy, Love Love Love, Life After Sundown -, o resto eu tenho.
Acho que todo mundo da nossa geração pode contar alguma história que tenha a Let It Grow fazendo algum papel (rsrsrsrs), nem que a tenha escutado num daqueles programas do tipo 'Motel Soundtrack' enquanto dava uma amasso no carro... rsrsrsrsrs
Abração!
Valeu!
ML
Minha descoberta de Renaissance tb foi com o Ashes Are Burning, comprei em um sebo paulista o lp por 3 reais e me apaixonei logo de cara...
'We all are standing unafraid on the frontier
We all are shadows in the shade on the frontier
When the dawn is come we will stand strong
Where we belong'
Belíssima escolha Marcelão
Faaaaaaaaaala!
Você descobriu com o mesmo disco, porém uns 30 anos depois... rsrsrsrsrsrsrsrs
Abração, amigo, valeu!
ML
Fala!
Uma grande amiga me emprestou uma vez dois LPs de uma banda da qual nunca havia ouvido falar. Eram justamente "Prologue" e "Ashes Are Burning". Virei fã imediatamente :)
Valeu, cara!
Valeu, Cláudia (a amiga que me emprestou os discos).
Anônimo, valeu!
Mais um que se aplica ao Renaissance por causa de uma mulher.. rsrsrsrs
Valeu!
ML
Postar um comentário