sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Camelo Britânico

Caríssimos amigos, amigas e freqüentadores anônimos em geral, por conta das últimas postagens, não pensem vocês que abandonei o rock progressivo – na-na-ni-na-não... rsrs Na verdade, estou preparando uma boa ‘enxurrada prog’, que começa hoje, com este post mais do que especial, disponibilizando pra vocês a discografia mais do que completa de uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos: Camel.

Eu sei que nem é muito difícil de se achar os discos do Camel entre tantos ótimos blogs, porém como eu tenho uma boa quantidade de CDs originais, ripei-os no meu costumeiro padrão VBR 224/320kb e incluí os encartes completos. Decerto que não tenho todos os discos, então todos os outros que estou disponibilizando aqui são aqueles com o rip de melhor qualidade que encontrei em outros blogs como, por exemplo, o Sakalli, tendo incluído as capas e o que consegui achar dos encartes. Além de tudo, posso estar enganado, mas acho que nunca encontrei todos esses juntos num mesmo blog; só para ter uma idéia melhor, são, ao todo, 29 discos – 14 de estúdio, 10 ‘ao vivo’, 4 bootlegs e uma coletânea.

Vamos a um pouco da história da banda. Em 1969, Andrew Latimer (guitarras, flauta e vocais), Doug Ferguson (baixo e vocais) e Andy Ward (bateria e percussões) formavam o The Brew, que fazia um som que misturava blues, jazz e rock; eles costumavam se apresentar ao vivo e, a partir dessas apresentações, o som da banda foi evoluindo e ganhando características muito próprias, mas ainda estava faltando algo; o que logo ficou evidente para eles era que com a adição de teclados a banda ficaria do jeito que eles mais gostariam. Em 1971 eles conheceram o tecladista Peter Bardens – que já tinha uma boa carreira (tocou com Rod Stewart, Van Morrison, Mick Fleetwood, entre outros) e dois discos próprios lançados (‘The Answer’ e ‘Write My Name In The Dust’).
Eles logo tiveram a oportunidade de fazer um show juntos, tocando basicamente o material de Bardens. Nesse show, o entrosamento do que era o Brew somado à experiência e musicalidade de Bardens resultou numa química perfeita; logo depois disso nasceu o Camel.

O primeiro disco, auto-intitulado, veio em 1973 e, a partir daí, com esta formação ‘clássica’, veio uma seqüência de obras-primas do rock progressivo (‘Camel’, ‘Mirage’, ‘The Snow Goose’ e ‘Moonmadness’); todos são daquele tipo ‘essenciais em qualquer coleção’ e nem digo só de rock progressivo.

Doug Ferguson deixou a banda em 1977 e a partir de então muitas mudanças se sucederam, não só quanto aos músicos, mas também quanto à direção musical, numa tentativa de expandir horizontes, integrando influências jazzísticas (no disco ‘Rain Dances’) e pop/rock (principalmente do ‘Breathless’ até ‘Stationary Traveller’), com resultados variados. No meu modo de ver, ‘Breathless’, por exemplo, é um disco fraco, com muitas músicas tendendo a um lado mais comercial, mas tem umas das melhores músicas da banda (‘Echoes’); talvez houvesse alguma pressão da gravadora para que eles ‘fabricassem’ algum hit, pois a partir de ‘Rain Dances’ todos os discos têm mesmo uma música ou outra com essa direção, inclusive o mais progressivo de toda essa leva, o conceitual ‘Nude’ (e que talvez seja o disco musicalmente mais variado do Camel).

Pouco a pouco os membros originais foram deixando a banda nas mãos de Andrew Latimer, tanto que ‘The Single Factor’, de 1982, é praticamente um disco solo de Latimer, com vários músicos contratados, tendo a participação de alguns músicps que já vinham tocando com ele e, também, contando com a colaboração de Peter Bardens e Anthony Phillips em algumas faixas. ‘Stationary Traveller’, de 1984, traz uma mistura mais homogênea entre faixas mais comerciais e instrumentais, dentre essas últimas a que dá nome ao disco (excelente) e ‘Pressure Points’ (também excelente), que acabou batizando a turnê desse disco, que, por muito tempo, foi a última do Camel, já que em 1985 Latimer ‘declarou’ um recesso para a banda, que só voltaria em 1991 com o disco ‘Dust And Dreams’, um disco conceitual, inspirado no livro ‘As Vinhas da Ira’, de John Steinbeck.

A Nod And A Wink’, de 2002, é, até agora, o último disco lançado pelo Camel e foi dedicado a Peter Bardens, que faleceu devido a um câncer pulmonar em janeiro daquele ano. A turnê desse último disco foi anunciada como uma despedida dos palcos, mesmo que Latimer tenha continuado a trabalhar, privativamente, em versões acústicas para algumas canções do Camel e, também, a partir de 2003, em um novo projeto com Doug Ferguson e Andy Ward. Infelizmente os projetos foram abortados ou adiados em 2006, devido a sérios problemas de saúde de Latimer, mas, mesmo assim, em 2007, Susan Hoover (sua esposa e letrista do Camel há vários anos) declarou que um novo álbum de inéditas era pretendido, assim como uma subseqüente mini-turnê. Agora só nos resta fazer pensamento positivo para que o simpático Andrew Latimer retome sua boa saúde e nos brinde com mais um excelente álbum – que, se seguir a linha evolutiva desde ‘Dust And Dreams’ (e se realmente contar com a presença de Doug Ferguson e Andy Ward) tem tudo para ser mais um clássico na discografia dessa maravilhosa banda que é um dos maiores pilares do rock progressivo mundial.








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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Munição Para O Dia Dos Namorados

O Dia dos Namorados está se aproximando e pensei em dar uma força ao Cupido e ao espírito romântico que mora dentro de cada um de nós – mesmo que adormecido em alguns... hehehe Para isso escolhi alguns discos que penso serem capazes de agradar tanto à companheira quanto ao companheiro; servindo de trilha sonora para uma variedade de climas, do mais íntimo ou sedutor ao divertido ou relaxante. Além disso, fui à cata de algumas postagens mais antigas daqui do Pântano que se encaixam como uma luva para a ocasião.
A ‘munição’ está aí, agora só resta você fazer a sua parte...

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terça-feira, 2 de junho de 2009

O Pântano Eclético Futebol Clube (3)

Para a final da temporada de futebol na lama escalei um time bem bacana, com jogadores de peso e outros bem técnicos pra dar um equilíbrio geral.
Vamos nessa que o jogo é de campeonato e, você sabe, futebol é uma caixinha de surpresas e o plantel fará tudo que o ‘professor’ lhes pediu para conseguir mais uma vitória e trazer o caneco pra casa...

Alice In Chains – Jar Of Flies (1993)







Esse EP marca a entrada de Mike Inez (ex-Ozzy) no Alice In Chains e traz à tona a faceta acústica do Alice In Chains, num clima mais relax e tendo até o acompanhamento de cordas em algumas músicas. Prometia uma bela evolução no som deles, mas o disco seguinte, o auto-intitulado de 1995, foi uma decepção.
Wikipedia

Collective Soul (1995)








Rock dos bons com influências bem ecléticas, do pop ao hard e até algumas pitadas prog (até porque, pelo menos pra mim, em algumas músicas a voz de Ed Roland lembra um bocado a de Peter Gabriel). É um produto genuíno e de alta qualidade, que vicia rapidamente... rsrsrs
Wikipedia

David Bowie – Earthling (1997)







Bowie sempre foi um cara pra lá de antenado; na época de ‘Earthling’ o techno estava em alta e muita gente associou esse disco a essa ‘onda’ – ledo engano... Ele queria mesmo era dar um passeio pelo som industrial ao estilão do Nine Inch Nails, e esse disco comprova que seja lá em qual ritmo ou estilo Bowie se aventure, ele sempre será... David Bowie! O que já é bom demais!
Wikipedia

Godzilla – The Album (1998)








Esse disco vendeu muuuuuito, até eu acabei comprando o meu exemplar... Muita gente mete o malho na versão de ‘Kashmir’ do Puffy Daddy (ou qualquer outro nome que esse maluco tenha), mesmo com o aval do próprio Jimmy Page; se serviu pra apresentar o Zepp pra molecada já tá valendo. Apesar disso, o disco tem uma porrada de músicas boas; na verdade em sua maioria as músicas são muito boas, o que deixa essa trilha sonora bem acima da média geral de lançamentos do mesmo tipo.
Wikipedia

Gorillaz (2001)








Esse é outro que vendeu que nem água e conseguiu agradar marmanjos e crianças, seja por causa dos desenhos, ou pelo conceito em geral, outros simplesmente pela alta qualidade das músicas apresentadas. O disco é tão bom que, de uma certa maneira, acabou provocando o fim do Blur (se você estava em outro planeta nos últimos anos, dá uma pesquisada na Wikipedia; tem um link bem aí, ó).
Wikipedia (português)
Wikipedia (inglês)

Howie B – Turn The Dark Off (1996)







Howie B é um músico e produtor escocês, que já trabalhou com artistas do calibre de Björk, Tricky e U2 (era ele quem abria os shows da turnê ‘PopMart’, inclusive aqui no Brasil). Esse disco é bem eletrônico, do tipo difícil de rotular, e é totalmente excelente, daqueles que quanto mais se ouve mais se gosta. Dê-se essa chance.
Wikipedia

Kraftwerk - Tour De France Soundtracks (2003)







E pra continuar na eletrônica, os ‘pais’ da criança em sua última criação original, a trilha sonora que fizeram para um dos eventos esportivos mais populares da Europa, a competição ciclística ‘Tour de France’.
Wikipedia

Prodigy – The Fat Of The Land (1997)







A homogênea e certeira mistura de rock pesado, techno, punk, eletrônica, bateria acústica, loops, guitarras pesadas e toda a energia dos vocalistas Keith Flint e Maxim Reality transformaram esse disco num clássico absoluto. Entre as minhas preferidas está ‘Narayan’, que conta com os vocais de Crispian Mills (Kula Shaker). Um dos melhores shows que eu já fui; com honras.
Wikipedia

Tá Na Área – Futebol Pop (2000)







Graças a mudança aqui em casa eu achei esse disco (estava esquecido no fundo de um armário), senão já o teria postado antes, porque é mais do que oportuno ao tema dessa série de postagens; é uma coletânea de versões exclusivas de músicas apresentadas no programa de futebol ‘Tá Na Área’ (do canal SporTV), entre os anos de 1999 e 2000, por vários artistas brasileiros, entre eles Max De Castro, Jorge Mautner, Caboclada, Rumbora, The Funk Fuckers, Squaws, Otto e mais uma galera bem bacana, o resultado é bem divertido.

Tom Petty – Full Moon Fever (1989)







Free Fallin'’, a música que abre ‘Full Moon Fever’, é uma das que eu escolheria pra levar pra uma ilha deserta (rsrsrsrs), perfeita em todos os sentidos. Foi por causa dela que comprei esse disco e acabei ganhando, ‘de bônus’, uma coleção de ótimas músicas com o certificado Tom Petty de qualidade. Discaço, indicado pra toda e qualquer hora do dia, em qualquer estação, em ilhas desertas ou em qualquer canto do mundo. Além de tudo, eu sou roxo de inveja da Rickenbacker de dois braços que ele empunha em uma das páginas do encarte... rsrsrsrs
Wikipedia

The Wallflowers – Bringing Down The Horse (1996)







A banda do filho do Bob Dylan. Assim poderia ter ficado para a posteridade a banda The Wallflowers, mas os caras fizeram um sucesso danado com esse disco – que, aliás, contraria a velha máxima de o segundo disco ser pior do que o primeiro. Graças à dois grandes hits (‘One Headlight’ e ‘6th Avenue Heartache’), foi um sucesso de vendas; também fez sucesso entre a crítica especializada e com a mulherada, que ficou alvoraçada com o gajo bonitão filho do feioso quase-fanho (rsrsrs).
Wikipedia

Aproveitem, porque tá tudo ripado em VBR 224/320 e com encartes completos incluídos.

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terça-feira, 26 de maio de 2009

Aperte, Acenda e Aperte o Play

De acordo com a Wikipedia, morcheeba significa the way of marijuana; eu já conhecia a expressão cheeba cheeba, que se refere à erva do capeta e foi uma gíria muito usada pelos hippies, mas nunca com esse ‘mor’ aí na frente... Seja lá o que for, o nome cai como uma luva para o som da banda. Ooopss... Peraí, peraí!!... A parada é um pouco mais complexa do que isso, porque não é, na realidade, uma banda assim como estamos acostumados.

O Morcheeba foi formado na Inglaterra pelos irmãos Paul e Ross Godfrey depois que eles conheceram a cantora Skye Edwards numa festa regada a muita... Você sabe o quê, hehehe... Paul é DJ e baterista e Ross um multi-instrumentista que nos mostra em seus discos um jeito bem pessoal e preguiçoso de tocar guitarra, com solos e ‘comentários’ muito bem colocados e de extremo bom gosto. Ambos já vinham tendo a idéia de formar uma banda ou coisa que o valha, mas nunca se contentavam com os e as vocalistas com que trabalhavam. Até conhecerem Skye. A menina é dona de um timbre daqueles que gostaríamos de ficar ouvindo por dias e dias sem parar, só acendendo um na ponta do outro; e ela canta macio, gostoso, num clima tão preguiçoso quanto a música que fazem em geral.
Logo no início, com o disco ‘Who Can You Trust?’, lançado em 1996, já fizeram um tremendo sucesso com o single de ‘Trigger Hippie’, que tocou à exaustão mundo afora. Esse disco logo foi catalogado junto com a ‘onda’ trip hop que vinha ganhando fama à época, mas ao passo que o som de bandas como Portishead e Massive Attack eram mais deprê (ou o que eu chamo de bad-trip hop), o som do Morcheeba tinha algo mais ensolarado, com os pés no pop e a cabeça na Jamaica.

Como trip hop é só mais um rótulo mesmo, os malucos logo começaram um processo pra se livrarem dele; o que foi feito através da inclusão das mais diversas influências da música mundial, o que, ao invés de descaracterizar o som da banda, os fez seguir um caminho único, passeando na fronteira entre o tal trip hop e o pop da mais alta qualidade (seria um trip pop??), com elementos de reggae e dub, orquestrações, rap... O resultado foi o magnífico disco ‘Big Calm’, de 1998, que os fez estourar de vez em todo o mundo.

Mas a realidade é que o sucesso, ainda mais um assim, meio que súbito e estrondoso, nem sempre faz muito bem aos artistas... Depois de uma turnê desgastante, e tendo que cumprir contrato, foi lançado em 2000 ‘Fragments Of Freedom’, que, mesmo longe de ser ruim, ficou aquém daquilo que muitos esperavam deles musicalmente. Mas isso também é uma opinião minha, pessoal, porque esse disco também vendeu muuuuito e rendeu um mega hit (que, se não me engano, até tocou numa novela dessas da Globo) a música ‘Rome Wasn’t Built In A Day’ – que foi a que alcançou as mais altas posições nos charts em toda a carreira do Morcheeba. Apesar disso tudo, a banda já começava a ruir. Depois do lançamento de ‘Charango’ em 2002 (que teve uma vendagem bem abaixo do esperado), os irmãos Godfrey, os donos do Morcheeba (que como eu disse lá em cima, não é exatamente uma banda...), simplesmente deram o bilhete azul pra Skye. Ninguém diz explicitamente, mas isso tudo tem um forte cheiro de ciumeira das brabas, porque era ela quem recebia a maior parte das atenções do público e da imprensa. Então lá se foi a menina tentar carreira solo - depois de umas boas férias ela acabou lançando um disco muito bom, em 2006, (diga-se de passagem, melhor que o do Morcheeba sem ela...) chamado ‘Mind How You Go’.

Voltando aos chapados Godfrey... Eles tinham que cumprir seus contratos, então chamaram a cantora Daisy Martey (da obscura banda Noonday Underground) para a vaga deixada por Edwards, mas logo depois de terminadas as gravações de ‘The Antidote’ os malucos a mandaram embora, sendo substituída, ao vivo, por Jody Sternberg. Foi nessa turnê que eles tomaram a decisão de que o Morcheeba não teria mais uma vocalista fixa e resolveram, também, experimentar vocais masculinos. Assim, desta forma, foi gerado ‘Dive Deep’, de 2008, o último lançamento deles até agora, que conta com os vocais de Judy Tzuke, Thomas Dybdahl, Cool Calm Pete, Bradley Burgess e Manda, sendo que esta última é quem acompanha a banda ao vivo atualmente. Vale dizer também que desde o início eles sempre contaram com vários músicos contratados e muitos convidados em seus discos.

Estou disponibilizando aqui os seis discos do Morcheeba, sendo que os cinco primeiros com encartes completos. A meu ver, os dois primeiros discos são daquele tipo essencial em qualquer discoteca que se preza, o que não quer dizer que os outros sejam ruins, longe disso, é que 'Who Can You Trust?’ e ‘Big Calm’ são mesmo discos muito especiais. Além disso, incluí um extra com três faixas: a maravilhosa versão de ‘Summertime’ (com Hubert Laws na flauta), que faz parte do disco 'Red Hot + Rhapsody', que já foi postado aqui no Pântano, mais ‘What's Your Name?’ e ‘Cant Stand It’, que fazem parte da coletânea ‘Parts Of The Process’.

Agora só falta o seu comentário e como diria meu irmãoSinho Edson D’Aquino: ‘vamu fazê fumaça!!’ rsrsrs
Divirtam-se sem moderação.

Wikipedia

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Este post contém algumas surpresas, é só procurar...
This post contains some Easter eggs...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Guðmundsdóttir, A Islandesa Genial

Björk faz parte daquele time de artistas que despertam extremos, coisas do tipo ame ou odeie; na minha maneira de ver, amando ou odiando, não se pode ficar indiferente à qualidade de seus trabalhos; também, não há como negar a sua autêntica genialidade.
Talvez Björk já tenha nascido cantando ou, ao menos, tentando transformar seus berros de bebê recém nascido em música (o que ela faz até hoje... rsrs), tanto que em sua infância ela ficou conhecida por cantar músicas folclóricas islandesas em programas de TV, o que a levou a lançar seu primeiro disco com a idade de doze anos. Com sua musicalidade aflorando junto com sua própria vida, aos poucos a música que ela ouvia no rádio foi influenciando seu destino musical, tanto com o punk rock quanto com o pop dançante, ou com a música eletrônica de bandas como Kraftwerk, o pós punk do The Cure e Siouxsie & The Banshees, ou ainda jazz, world music e o que mais suas antenas captassem.

Desde garotinha ela fez parte da várias bandas, mas começou a ganhar uma maior notoriedade nacional com o KUKL e, em seguida, com o estouro internacional do Sugarcubes (que sempre foi elogiadíssimo pela crítica especializada, tanto por seus discos quanto por seus shows). Com o Sugarcubes o mundo começou a prestar atenção naquela garota de beleza exótica, com uma voz e maneira de cantar mais exótica ainda e que, com sua presença e carisma, se tornaria maior que a própria banda, levando-a a um derradeiro e precoce fim.
Antes de seguir sua careira solo propriamente dita, ela ainda participou de vários projetos, entre eles o disco chamado ‘Gling-Gló’, que gravou com o Trió Guðmundar Ingólfssonar, numa proposta mais jazzística, em que misturam standards e músicas islandesas.

Finalmente, em 1993, ela iniciou oficialmente sua carreira solo com o disco ‘Debut’ e desde então não deixou de surpreender crítica e público com sua música e todo o conceito de sua obra, tendo ainda escrito um capítulo à parte na história dos vídeo-clipes.
O segundo disco, ‘Post’, traz um repertório ainda mais eclético, com vários destaques; entre eles as faixas ‘Army Of Me’, ‘Hyper-Ballad’, ‘Isobel’ e ‘It’s Oh So Quiet’ (que na verdade é uma versão da música ‘Blow A Fuse’, de Betty Hutton) com seu divertido vídeo-clipe dirigido por Spike Jonze.
Desde o início, uma das maiores características dos trabalhos de Björk é a maneira como ela consegue misturar gêneros e tendências musicais de uma maneira única, seja do pop mais palatável aos experimentais caminhos da música de vanguarda. Ela também sempre soube se cercar dos melhores produtores, arranjadores e músicos, tanto que elegeu Eumir Deodato como o melhor arranjador de cordas (com justiça, diga-se de passagem) e convidou-o a participar de seu disco ‘Homogenic’ que, aliás, talvez seja o disco com a maior aproximação com a eletrônica e o drum ‘n’ bass.

Entre gravações e shows, Björk ainda encontra tempo pra sua vida pessoal e pra trabalhar como atriz, sendo que chegou a ganhar um prêmio como melhor atriz no Festival de Cannes, por sua interpretação da sonhadora Selma no filme ‘Dançando no Escuro’, de Lars Von Trier, que ela descreve como a experiência mais traumática de sua vida. A trilha sonora deste filme também é dela, o que levou à indicação como ‘Melhor Canção Original’ no Oscar de 2001, com a música ‘Ive Seen It All’, em que divide os vocais com Thom Yorke (Radiohead) – essa trilha resultou no disco ‘SelmaSongs’.

Em 2001 foi lançado o disco ‘Vespertine’, onde Björk conseguiu aliar batidas eletrônicas, orquestra, instrumentos acústicos e elétricos de maneira incrivelmente delicada e sutil, num verdadeiro trabalho artesanal e requintado.
Já em ‘Medúlla’, de 2004, até aqui o seu disco mais experimental, pouquíssimos instrumentos foram utilizados, porque é quase que totalmente feito a capella, seja com vocais au naturel ou processados por efeitos ou sampleados e, ainda, com beat boxes humanas, tendo poucas intervenções de instrumentos como piano ou baixo sintetizado; esse disco também conta com as participações de Mike Patton, Tagaq, Robert Wyatt, The Icelandic Choir e Rahzel (The Roots), entre outros.

Volta’, de 2007, foi seu último lançamento até o momento, e é um disco em que ela consegue fazer uma mistura bem homogênea de vários aspectos de sua carreira, algo entre o pop e o experimental, e ainda traz uma boa dose de influências da música africana.
Björk também ficou conhecida por ser uma ativista política, se engajando em prol de várias minorias e inúmeras causas justas, de aspectos comos os direitos das grávidas a causas sociais, humanitárias e ambientais, em âmbito mais universal. Ultimamente vem dedicando, em seus shows, a música ‘Declare Independece’ aos países que sofrem com suas tentativas de libertação nacional, como Tibet e Kosovo.


Estou disponibilizando aqui os seis discos considerados oficiais da sua carreira solo, mais ‘Gling-Gló’ e as duas trilhas sonoras que compôs – a já citada ‘SelmaSongs’, e ‘The Music From Matthew Barney’s Drawing Restraint 9’, do filme ‘Drawing Restraint 9’, de seu marido Matthew Barney (que talvez seja tão experimental quanto a sua trilha sonora). Procurei incluir todos os encartes, mas eu não tenho o CD ‘Ging-Gló’; a caixa com o encarte do ‘SelmaSongs’ me foi roubada (ainda bem que sem o CD – hehehe) e ‘Medúlla’ tem o encarte preto escrito em roxo escuro, de forma que ficou impraticável escanear.
Como sempre, divirtam-se e, se possível, comentem.


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